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DESENHO
O desenho ocupa um lugar fundamental na história da arte, não apenas como etapa preparatória para outras linguagens, mas também como expressão autônoma de pensamento visual. Desde as civilizações antigas, o ato de desenhar tem sido utilizado para registrar, observar e compreender o mundo, consolidando-se como base da criação artística. No Renascimento, artistas como Leonardo da Vinci e Michelangelo elevaram o desenho ao estatuto de instrumento intelectual, capaz de revelar tanto a estrutura da forma quanto a imaginação do criador. A partir desse período, o desenho passou a ser entendido não apenas como técnica, mas como disciplina essencial no desenvolvimento artístico.
Nos séculos XIX e XX, com a modernidade, o desenho ganhou ainda maior autonomia e experimentação. Vincent van Gogh, por exemplo, produziu milhares de desenhos que revelam seu olhar intenso sobre a natureza e a figura humana, explorando a linha como energia expressiva. Georges Seurat utilizou o desenho como campo de pesquisa luminosa, valendo-se de sutis gradações tonais para estudar a percepção visual que fundamentaria seu pontilhismo. Pablo Picasso, por sua vez, via no desenho uma forma direta de pensamento: seus traços rápidos e seguros sintetizavam formas complexas com uma economia de linhas, mostrando que o desenho podia ser tanto preparação quanto obra acabada. Henri Matisse também explorou essa síntese, criando composições lineares de grande simplicidade formal, nas quais a linha não apenas contorna, mas sugere movimento, ritmo e leveza.
Assim, ao longo da história, o desenho se manteve como um campo privilegiado de invenção artística. Ele articula observação, memória e imaginação, sendo ao mesmo tempo um exercício técnico e um espaço de liberdade criativa. Em artistas como Matisse, Picasso, Seurat e Van Gogh, o desenho revela-se não como etapa secundária, mas como núcleo essencial de suas pesquisas estéticas. Mais do que um meio auxiliar, o desenho se afirma como linguagem independente, capaz de condensar ideias, expressar subjetividades e acompanhar as transformações da arte moderna e contemporânea.